terça-feira, 17 de maio de 2011

COPACABANA = A PRINCESINHA DA GUANABARA

Copacabana



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Copacabana é um bairro nobre da cidade do Rio de Janeiro. Localizado na zona sul da cidade, é um dos bairros mais famosos do Brasil, tendo em torno de 150.000 habitantes, uma praia em formato de meia-lua e é apelidado de Princesinha do Mar devido à sua aura poética, famosa desde as décadas de 1930, 1940 e 1950. O bairro deu origem a muitas músicas, livros, pinturas e fotografias, virando referência turística do Brasil. O bairro faz divisa com Lagoa, Ipanema, Botafogo e Leme.
Copacabana atrai um grande contingente de turistas para seus mais de 80 hotéis, que ficam especialmente cheios durante a época do Réveillon e do Carnaval. No fim de ano, a tradicional queima de fogos que pode ser contemplada por todos na praia é um festival que atrai uma multidão de pessoas, turistas ou não. A orla ainda é lugar de variados eventos, como shows nacionais e internacionais, durante o resto do ano.

História

Há duas hipóteses etimológicas para o nome Copacabana. A primeira alega que o termo vem da língua quíchua e significa lugar luminoso ou praia azul.[2] Outras fontes apontam o termo como originário da língua aimará e significaria "vista do lago" (kota kahuana). Na Bolívia, Copacabana é o nome dado a uma cidade situada às margens do Lago Titicaca, fundada sobre um antigo local de culto inca homônimo. Segundo a lenda, Nossa Senhora teria aparecido no local para um jovem pescador, que em sua homenagem esculpiu a imagem da santa que ficou conhecida como Nossa Senhora de Copacabana: a Virgem vestida de dourado pousada sobre uma meia-lua. Por ser patrona das águas, muitos navios espanhóis que saíam dos portos do Peru e Bolívia levavam cópias dessa imagem, e assim foi que uma delas veio parar no litoral carioca, fundando-se a antiga igreja de Nossa Senhora de Copacabana, construída por comerciantes espanhóis, na freguesia que originalmente se chamava Sacopenapã. Logo a paróquia cresceu em importância e o bairro adotou o nome quêchua, abandonando o antigo nome tupi.
Por ficar numa área de difícil acesso, até o final do século XIX somente existiam na localidade o Forte Reduto do Leme, a pequena igreja de Nossa Senhora de Copacabana e algumas chácaras e sítios.
Segundo o mesmo Dicionário acima citado, o Dr. Figueiredo Magalhães, médico de renome e residente no bairro, o recomendava a pessoas convalescentes, para repouso; e assim cresceu o número de habitantes. Entretanto, somente com a inauguração de um túnel no Morro de Vila Rica (Túnel Velho), em 6 de julho de 1892, pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico (atual Light), entre Copacabana e Botafogo, o bairro começou a se integrar ao resto da cidade carioca.
Com a ampliação das linhas do bonde até o Forte do Leme e à Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana (onde hoje fica o Forte de Copacabana), o bairro foi ganhando ruas e casas, fator acentuado ainda mais com a inauguração da Avenida Atlântica em 1906, na orla do bairro.
Na década de 1970, foi realizado pela SURSAN, por meio de dragas nacionais (a draga STER) e da Holanda (a draga auto-transportadora Transmundum III, pertencente a empresa de dragagem Holandesa R. Boltje & Zonen – Zwolle, conduzida por Kor Boltje) um grande aterro hidráulico, comandado pelo engenheiro Hildebrando de Góis Filho, presidente da Companhia Brasileira de Dragagens (CBD), que ampliou a área de areia da praia e cujos objetivos principais eram: o alargamento das pistas da Avenida Atlântica, a passagem do interceptor oceânico—tubulação que transporta todo o esgoto da Zona Sul até o emissário de Ipanema—e evitar que as ressacas chegassem à Avenida Nossa Senhora de Copacabana e às garagens dos prédios da Avenida Atlântica. Este alargamento da praia foi de cerca de 70 metros de largura ao longo de toda sua extensão de 4 quilômetros.
Posteriormente, foi construída na orla uma ciclovia e alguns quiosques para atendimento ao público.
Os estudos em modelos físicos hidráulicos dessa ampliação foram realizados no LNEC, em Lisboa. Nesse modelo lisboeta trabalharam os engenheiros portugueses Fernando Maria Manzanares Abecasis, Veiga da Cunha, José Pires Castanho e Daniel Vera Cruz, além do engenheiro brasileiro Jorge Paes Rios
O bairro faz divisa com Lagoa, Ipanema, Botafogo e Leme.
Tem 101 quarteirões, 79 ruas, 6 avenidas, 7 travessas e 4 ladeiras, e ainda 3 favelas (Pavão-Pavãozinho, Cabritos e Ladeira dos Tabajaras - todas localizadas em encostas de morros) numa área de 7,84 km².

Praia de Copacabana

Nos fins de semana, a faixa de areia fica igualmente cheia de moradores das mais diversas regiões do Rio e de turistas nacionais e estrangeiros que utilizam a boa infra-estrutura de transporte do bairro para se banharem ao sol e nas ondas. O calçadão (com suas famosas ondas pretas e brancas, em padrão mar-largo), ladeado pela ciclovia, é uma ótima opção para corredores e ciclistas.

Economia

O bairro é repleto de restaurantes, bares, cafés, hotéis, cinemas, bancos, igrejas, sinagogas (tradicionalmente abriga a comunidade judaica carioca), lojas, teatros e feiras de arte nos finais de semana. O comércio é bastante diversificado, com lojas de alto padrão misturadas a outras de perfil mais popular, além de camelôs. É o bairro com o maior número de idosos e aposentados do Rio de Janeiro.

Transportes

O bairro oferece hoje três estações de metrô (Cardeal Arcoverde, Siqueira Campos e Cantagalo) e ainda mais de 80 linhas de ônibus municipais e intermunicipais.
As principais vias do bairro são:
  • Avenida Atlântica (avenida que margeia a praia)
  • Avenida Nossa Senhora de Copacabana (principal avenida, cruzando o bairro, sendo uma das mais congestionadas de toda a zona sul do Rio)
  • Avenida Princesa Isabel (interliga os bairros de Copacabana, Leme e Botafogo)
  • Avenida Rainha Elizabeth da Bélgica (interliga os bairros de Copacabana e Ipanema)
  • Avenida Prado Júnior
  • Rua Barata Ribeiro (cruza Copacabana, sendo a segunda via com trânsito mais pesado no bairro)
  • Rua Tonelero
  • Rua Pompeu Loureiro (interliga os bairros de Copacabana e Lagoa)
  • Rua Raul Pompeia
  • Rua Siqueira Campos
  • Rua Figueiredo de Magalhães (interliga os bairros de Copacabana e Botafogo)
  • Rua Santa Clara

Demografia

A partir da década de 1960, a fama crescente atraiu mais moradores do que a área pode comportar de forma confortável e Copacabana sofreu com a especulação imobiliária até se encher de altos prédios de apartamentos colados uns aos outros. O local se tornou um microcosmo brasileiro, unindo famílias diferentes de classes nesse pedaço de terra espremido entre o mar e a montanha. A população de Copacabana, no entanto, é, em sua maior parte, de classe média.
Atualmente, o bairro tem a maior concentração populacional da cidade, tendo em torno de 150.000 habitantes. Também abriga a maior quantidade de idosos do município, com 16,7% da população acima de 60 anos.

Cultura



O prédio mais famoso do bairro é o Copacabana Palace, considerado um dos hotéis mais luxuosos do Brasil e da América Latina. Inaugurado em 1923, o prédio principal se destaca pela elegância e imponência, cujo projeto arquitetônico foi desenhado pelo arquiteto francês Joseph Gire, que se inspirou no Hotel Negresco, de Nice, e no Hotel Carlton, de Cannes. Em seus quartos, já se hospedaram muitas celebridades nacionais e internacionais.

Música

Existem diversas músicas brasileiras e estrangeiras que homenageiam Copacabana de diversos autores como Billy Blanco, Tom Jobim, Braguinha e muitos outros.
Copacabana é considerada o berço da bossa-nova como relata Ruy Castro no seu livro Chega de Saudade.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ILHA DE PAQUETÁ

Ilha de Paquetá

A ilha de Paquetá localiza-se no interior nordeste da baía de Guanabara, no bairro de Paquetá, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

Aspectos geográficos e de meio-ambiente

É a principal ilha do arquipélago de mesmo nome, integrado ainda pelas:
A ilha de Paquetá apresenta o formato de um oito, com 1,2 km² de área e 8 km de perímetro. Em sua maior extensão, da ponta do Lameirão à ponta da Imbuca, mede 2.316 metros, e na menor, na Ladeira do Vicente, aproximadamente 100 metros.
Em seu relevo contam-se nove morros, o mais elevado dos quais o morro do Vigário, na cota de sessenta e nove metros acima do nível do mar. As demais elevações são:
  • Morro de São Roque ou morro da Moreninha
  • Morro do Castelo
  • Morro da Covanca
  • Morro do Costallat
  • Morro das Pedreiras
  • Morro das Paineiras
  • Morro do Vigário
  • Morro do Veloso
  • Morro da Cruz
As praias da ilha são:
  • Praia dos Tamoios
  • Praia do Catimbau
  • Praia do Lameirão
  • Praia da Covanca
  • Praia Pintor Castagneto (Praia dos Coqueiros)
  • Praia de São Roque
  • Praia da Moreninha (Praia Dr. Aristão)
  • Praia Manoel Luis (Praia dos Frades)
  • Praia da Imbuca, Iracema e Moema
  • Praia da Mesbla
  • Praia Grossa
  • Praia José Bonifácio (Praia da Guarda)
A ilha dista aproximadamente quinze quilômetros da Praça XV, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. Constitui-se no bairro de Paquetá (Rio de Janeiro), um tradicional e pacato recanto turístico do Rio de Janeiro.
O arquipélago de Paquetá encontra-se próximo à Área de Preservação Ambiental (APA) de Guapimirim, área de conservação de manguezais, fonte de vida marinha. Essa proximidade, aliada ao fato de que o arquipélago se encontra em uma área da baía com grande profundidade, no seu canal principal, faz com que as águas das praias de Paquetá, ricas em peixes, sejam constantemente renovadas.
Originalmente a ilha era recoberta pela Mata Atlântica. Com a colonização europeia, ao longo dos séculos, foram sendo introduzidas espécies exógenas, particularmente árvores frutíferas, palmeiras e flamboyants, destacando-se um exemplar de baobá, carinhosamente apelidado pela população de "Maria Gorda". Essa vegetação oferece suporte a uma variedade de espécies de aves silvestres, marinhas e migratórias.

História

Atribui-se ao cosmógrafo francês André Thevet, integrante da expedição de Nicolas Durand de Villegagnon, a descoberta da ilha, ainda em 1555, quando da fundação da chamada França Antártica.

Os séculos XVI e XVII

No contexto da campanha para a expulsão definitiva dos franceses pelas forças portuguesas comandadas por Estácio de Sá, e a fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565, nesse mesmo ano a ilha de Paquetá foi doada, sob a forma de duas sesmarias, a dois de seus capitães: a parte Norte, atual bairro do Campo, coube a Inácio de Bulhões, e a parte Sul, atual bairro da Ponte, a Fernão Valdez.

O século XVIII

Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte, Paquetá, Brasil.
A parte Sul da ilha teve uma colonização mais acelerada, em comparação com a parte Norte, onde, em sua maior parte, se constituiu a Fazenda São Roque, dedicada à agricultura e à pecuária. Foi nas terras da São Roque que se ergueu, em 1697, a primeira capela da ilha, a Capela de São Roque, padroeiro de Paquetá.
Posteriormente, em 1763, foi iniciada a primitiva Capela do Senhor Bom Jesus do Monte da Ilha de Paquetá com a condição de que se constituísse em uma Paróquia local. Em 1769, Paquetá foi desvinculada da Freguesia de Magé, o que deu lugar, além dos protestos eclesiásticos de Magé pelas suas perdas, a rivalidades na própria ilha para a escolha da Igreja Matriz, se a Capela de São Roque ou a do Bom Jesus. Em 1771, no entanto, esse ato foi anulado e Paquetá voltou a ser integrada a Magé.

O século XIX

No contexto da presença da Família Real Portuguesa no Brasil, um Alvará especial do Príncipe-Regente D. João criou a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte.
No Período Regencial, em 1833, por Decreto Regencial, a ilha de Paquetá tornou-se independente de Magé e passou a pertencer ao Município da Corte.

O século XX

Em 1903, os distritos da ilha de Paquetá e da ilha do Governador foram unidos no Distrito das Ilhas, incorporando as ilhas e ilhotas ao redor de ambas.
Em 1961, o estado da Guanabara criou o Distrito Administrativo de Paquetá e, em 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a ilha passou a pertencer à cidade do Rio de Janeiro.

Aspectos do desenvolvimento econômico

Tradicionalmente, a ilha constituiu-se em um polo abastecedor da cidade do Rio de Janeiro, com os produtos oriundos, principalmente, da Fazenda São Roque. A coleta de mariscos e a atividade de pesca também foram importantes no período colonial e após. A partir do século XVII começou a se desenvolver na ilha uma pequena atividade de construção naval, paralelamente à exploração de pedras e de cal para a construção civil na cidade. A atividade de fabricação de cal era facilitada pela abundância de conchas como matéria-prima e de madeira oriunda dos manguezais, utilizada como combustível nos fornos.
A ocupação da ilha adensou-se a partir das frequentes visitas de D. João VI, do estabelecimento de uma linha regular de barcas, a partir de 1838, e, principalmente, através da divulgação obtida através do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844, que se tornou um "best-seller" na Corte, à época. Isso permitiu o aumento de visitantes, atraídos ainda pela devoção a São Roque, assumindo a ilha a feição de polo turístico que gradualmente se impôs, passando a ser a principal atividade da ilha, função que conserva até aos nossos dias.
Atualmente os visitantes contam, além das praias e pedras, com passeios de charrete e de bicicleta e com as visitas ao solar que hospedou D. João, à casa de José Bonifácio de Andrada e Silva, e à Casa de Cultura, instalada em um prédio de estilo eclético, recém-reformado.

Saneamento

A ilha não dispunha de fontes naturais de água potável, e desse modo, os seus moradores recorriam ao uso de poços para solucionar a demanda de abastecimento. O poço de São Roque era, à época, o mais utilizado pela qualidade de suas águas, o que envolveu o seu nome em uma série de lendas locais.
Em 1908 foi inaugurado um sistema de captação de águas do Alto Suruí, município de Magé, e a sua adução por dutos submarinos até à ilha, na ponta do Lameirão.
Mais tarde foi construída uma estação elevatória para conduzir as águas até ao alto do morro do Marechal, de onde eram distribuídas por gravidade para as diversas partes da ilha.
Atualmente o serviço é prestado pela CEDAE, sendo o líquido oriundo do rio Macacu, mais precisamente da Estação de Tratamento de Imuna-Laranjal, no município de São Gonçalo, alcançando a ilha na praia do Buraco.
O sistema de coleta e tratamento de esgotos em Paquetá foi pioneiro no país, tendo sido concluído em 1912 pela Companhia City Improvements, empresa de capital britânico, concessionária da exploração desses serviços no Rio de Janeiro. Parte desta histórica estação de tratamento ainda é preservada, na sede da CEDAE, na ilha.
A iluminação das ruas, assim como o serviço de distribuição de eletricidade às residências foi inaugurado em 1918 pela Rio-Light. A energia era oriunda da ilha do Governador, através de cabos submarinos, ligados a uma sub-estação na praia da Guarda.

População

A população e frequência da ilha são extremamente sazonais.
A ilha conta com 4.500 moradores fixos que, em sua maioria, trabalha e estuda na cidade do Rio de Janeiro. Parte dos empregos existentes na ilha são no setor público, em órgãos como a Comlurb, a CEDAE, a Fundação Parques e Jardins, escolas e outros. O restante encontra-se em atividades voltadas ao turismo, como hotéis, bares, restaurantes e outros.
À população fixa somam-se os veranistas que têm casa na ilha e que vêm com a família nos finais de semana ou férias. Avalia-se que, pelo menos 50% dos domicílios da ilha, sejam de veranistas. São aproximadamente 2.200 domicílios (entre moradores e veranistas), distribuídos em quarenta ruas, doze praças e dois parques públicos.

Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte, Paquetá, Brasil

Vista da Ilha de Paquetá

URCA

Urca é um tradicional bairro nobre da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Tendo como pontos turísticos o Morro do Pão de Açúcar e o Morro da Urca, o bairro também sedia outras instituições importantes como: a Escola de Guerra Naval (EGN), a Escola Superior de Guerra (ESG), o Instituto Militar de Engenharia (IME), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, o Instituto Benjamin Constant, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), o Forte São João, o Museu de Ciências da Terra, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o antigo Cassino da Urca, que, após a proibição dos jogos de azar no Brasil, foi sede da TV Tupi do Rio de Janeiro.
Histórico do Bairro
A história do povoamento das terras do que hoje é conhecido como bairro da Urca remonta ao início da própria cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Em 1555, colonos franceses sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon estabeleceram-se na baía de Guanabara, levando Portugal a enviar uma expedição para expulsá-los em 1560.
Subsistindo franceses na Guanabara, uma nova expedição foi enviada, sob o comando do Capitão-mor Estácio de Sá. Estabeleceu um núcleo fortificado à entrada da barra em 1º de março de 1565, dando por fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro ( em homenagem a Sebastião de Portugal). O local do desembarque e da fundação foi a pequena faixa de terra na "várzea" entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, atual Praia de Fora, nos terrenos da Fortaleza de São João. Após o desembarque foi erguida uma ermida de taipa e sapê para entronizar a imagem de São Sebastião. O fundador, Estácio de Sá, morto em 1567, foi enterrado nessa mesma capela, e aí ficou até 1583, quando seu corpo foi trasladado para o Morro do Castelo, onde a cidade já se achava estabelecida.
Localizavam-se as primeiras casas e igrejas da cidade na área onde hoje funcionam a Fortaleza de São João e a Escola de Educação Física do Exército.
Com a mudança da cidade para o Morro do Castelo, a Vila ou Cidade Velha, como passou a ser chamada, passou a ser usada somente na defesa da Baía de Guanabara.
Os primeiros prédios que ocuparam a Praia Vermelha tinham, por sua localização, por objetivo a defesa militar. Assim, logo no início do século XVIII, foi construído um forte. A partir de 1856, instalam-se, sucessivamente, na Praia Vermelha, o Batalhão de Engenheiros e a Escola Militar e de Aplicação. Finalmente, em 1938, a cidade e seus habitantes têm a Praia Vermelha para uso civil, com a abertura da Praça General Tibúrcio.
Até o final do século XIX, o bairro da Urca simplesmente não existia, porque as águas da baia de Guanabara batiam diretamente nas rochas que circundam os morros da Urca e o Pão de Açúcar. Para para se ter acesso à Praia de Fora e à Fortaleza de São João, era necessário ir diretamente por mar.
Entre 1870 e 1880, o comerciante português Domingos Fernandes Pinto sonhou em transformar o local num novo bairro, ou melhor, numa nova cidade, com os prédios obedecendo "a um novo estilo, elegante e artístico". Em 2 de março de 1895, ele assinou contrato com o município para a construção de um cais, ligando a Praia da Saudade, em frente ao Instituto Benjamim Constant, à Escola de Aprendizes de Artilheiros, na Fortaleza de São João. Mas esta obra foi embargada pelo Exército, com a alegação de que a obra prejudicaria a defesa do forte. (Como se viu mais tarde, o bairro em aterro criou um acesso mais direto àquela área militar). Em 1919, foi assinado um novo contrato com a prefeitura, mas Domingos Fernandes Pinto não pôde cumpri-lo.
Em 1921, o engenheiro Oscar de Almeida Gama constitui a Sociedade Anônima Empresa da Urca, para construção de um cais, ligando a praia da Saudade (na entrada do bairro) à Fortaleza de São João, nos termos do contrato de 1919. Entre as cláusulas do contrato para a construção do bairro da Urca estava construir uma escola para 200 alunos, que veio a ser a Escola Minas Gerais.
A Avenida Portugal foi oficialmente inaugurada pelo Presidente Epitácio Pessoa e, na mesma época, a antiga praia da Saudade recebia a denominação de Avenida Pasteur e, logo depois, a Prefeitura concedeu terrenos de aterro ao longo da costa para sociedades esportivas, surgindo, entre outras, o Fluminense Yachting Club, atual Iate Clube do Rio de Janeiro.
O plano geral de arruamento e loteamento da Urca foi aprovado em 1922. Com a área pronta para ser habitada e o prédio do Hotel Balneário necessitando de maior proteção contra a água do mar, aumentou-se a faixa de areia, com os diques de proteção, ficando a praia com a forma que mantém até hoje.
Portanto, o efetivo início do Bairro da Urca é de fins de 1922 e início de 1923, quando vai começar a receber os primeiros prédios.
O cassino da Urca


O antigo Cassino da Urca antes da reforma promovida pelo IED.
O hotel Balneário nunca chegou a se tornar um grande hotel como os demais do Rio de Janeiro construídos fora do centro a mesma época. Mas se tornou muito famoso quando transformado em Cassino no ano de 1933.
O cassino reunia um complexo de diversões para acompanhar as horas de lazer, ao lado da principal atividade que eram os jogos de roleta e outros. Os shows apresentavam artistas nacionais e internacionais. Porém, em 1946, houve a extinção, por Lei, dos jogos de azar.
Na década de 50 o prédio do Cassino da Urca voltou a ser ocupado. Dessa vez pela televisão. A TV Tupi, canal 6, dos Diários e Emissoras Associados, transferiu seus estúdios do Centro para a Urca. Ficou ali até fechar as portas em julho de 1980, quando foi tirada do ar por ordem do governo federal que cassou a sua concessão.
Por anos ficou vazio mas desde 21 de novembro de 2006, o Cassino que estava sobre posse da prefeitura foi alugado ao Instituto Europeu de Design, que irá investir 17 milhões de reais em troca da concessão de 50 anos para uso do local. O IED pretende instalar no local uma "incubadora de projetos para pensar o rio". Ao iniciar sua atividade, depois de concluídas as restaurações do antigo prédio, está será a segunda maior filial. Contudo, se as obras de restauração têm progredido, o funcionamento da escola no prédio, a que se opõe uma parte significativa dos moradores do bairro, está atualmente impedido por uma decisão judicial do Ministério Público, por falta de numerosas autorizações, como estudos de impacto (trânsito,…). Entre outros obstáculos à ocupação do prédio pela escola de design, podemos citar também o zoneamento vigente naquele local da Urca, que exclui a possibilidade da implantação de um estabelecimento de ensino superior.
Geografia

Praia Vermelha (Urca) entre o Morro da Babilônia e o Morro da Urca (na parte inferior e à direita da foto), onde se encontra a segunda estação do bondinho do Pão de Açúcar.
O bairro faz divisa com Botafogo, Leme e Copacabana.
É no bairro que o Oceano Atlântico encontra-se com a Baía da Guanabara, ou seja, o bairro possui tanto praias com água da Baía (impróprias ao banho) e praias com água do Oceano (próprias ao banho).
Educação
Na Praia Vermelha, situam-se dois campi da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), um dos campi da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas , o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e a Escola de Guerra Naval (EGN).
Moradores
A Urca abrigou parte da aristocracia do início do século XX, e posteriormente um dos mais badalados cassinos da cidade - O Cassino da Urca. Devido à proximidade com o cassino, grandes nomes do show-biz residiram no bairro, como foi o caso de Dalva de Oliveira e Carmen Miranda, a brasileira que conquistou Hollywood.
A Urca é composta por pequenos prédios, casas de militares devido a sua proximidade com a Fortaleza São João e o Círculo Militar, e casarões históricos; a Urca continuou abrigando ilustres moradores em suas belas residências. O jornalista e fundador das organizações Globo Roberto Marinho e a dama da sociedade carioca Lourdes Catão agitaram o bairro durante os anos que ali moraram. Outros nomes de destaque passaram a residir na Urca sendo também responsáveis pelo agito social no bairro, como é o caso do cantor Roberto Carlos, do crítico de música Ricardo Cravo Albin, do empresário da mineração Nazir João Cosac, do banqueiro Guilherme Arinos Lima Verde de Barroso Franco e do compositor Herivelto Martins, entre outros.




 
 

Re: JÓIAS DA GUANABARA - URCA 3 dias, 2 horas atrás 

 
 
 
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